A minha Bica

Um olhar de quem aqui nasceu...

terça-feira, agosto 12, 2008

Bica de copos

Já tinha pensado em escrever qualquer coisa relacionada com a vida nocturna no bairro, mas ao encontrar este artigo da revista Timeout (esta revista é fantástica) que nos mostra como podemos passar uma boa noite de diversão e copos, achei que não valia pena fazê-lo...

O que é que a Bica tem?

E de repente... beber um copo na Bica passou a ser um ‘must do’ da nossa noite. António Marreiros foi perceber porquê.



Chamam-lhe Bica, mas na verdade chama-se Rua da Bica. Aliás, Rua da Bica Duarte Belo. Bica porque era uma zona de água com bicas e chafarizes; Duarte Belo porque havia ali um proprietário com esse nome... no século XVI.

Desde o início do milénio que os chafarizes são outros e a zona tem vindo a coleccionar novos – e interessantes – bares. E, sobretudo, a atrair uma infinidade de artistas e executivos, trintões e quarentões, cocktail addicts e fãs das sonoridades de vanguarda.

Com a Calçada do Combro a servir de fronteira com o vizinho Bairro Alto e o centenário ascensor como referência do bairro a que dá o nome, a Rua da Bica é actualmente umas das referências da noite alfacinha. Fazemos-lhe o percurso.

Imagine-se no cimo da rua. Comece a descer. Se chegar depois das nove pode usar o trilho do eléctrico sem correr nenhum risco (a menos que use saltos altos) porque este apenas funciona das sete da manhã às nove da noite (viagens a cada dez minutos e a 1,35€). Os bares começam logo à esquerda.

Se estiver com muita sede pode logo entrar no Bicabaixo e pedir a primeira imperial da noite. Caso tenha forças para aguentar mais vinte metros a descer a colina, a próxima estação também fica à sua esquerda. Chama-se Funicular. Abriu em 2006 e é culpado por atrair muitos actores. A razão: todos os empregados se dedicam à arte de representar (DJs incluídos).

É perfeitamente natural agarrar na sua bebida e sentar-se na calçada junto à porta, mas é mais comum se ficar de pé. Quando sentir que chegou a altura de continuar, só precisa de descer dez metros. Acabou de alargar o seu leque de escolha. Tem o Bicaense à esquerda, Baliza e Bica-me à direita.

O primeiro já foi restaurante mas na passagem do milénio passou a abrir as duas salas como bar e pista de dança. É responsável pela criação de noites temáticas como as Jazz Sessions ou Afro Blue e por dar a conhecer DJs virtuosos como Johnny (Cooltrain Crew) ou Lucky.

Nos bares da frente tanto poderá beber um cocktail (Baliza) como comer umas tapas ou uma tosta (Bica-me). Se bem que tostas é coisa que não falta em nenhum dos bares da Bica. A atenção dada ao conforto do estômago é tanta que até há um brasileiro a vender hambúrgueres cuidadosamente embalados em papel aderente. São vegetarianos. Mas àquela hora sabem a pato.

Quando os ponteiros do relógio baterem nas duas da manhã e ainda estiver em algum destes bares prepare-se para ser expulso. Todos fecham a porta a essa hora, religiosamente. Mas não desespere. Desça um pouco mais até à Travessa da Laranjeira. Vire à direita e suba até encontrar o Pai Tirano à sua esquerda. Este bar é decorado com motivos de cinema. Está aberto até às quatro da manhã e tem mais mesas que os outros (e uma grande oferta de tostas). Mas não há pista de dança.

Se a sua ideia for mexer freneticamente as pernas também há uma solução a dez metros. Saia do bar, continue a subir as escadas até chegar à Rua Marechal Saldanha (deve demorar 30 segundos). Vire então à esquerda e continue pelo passeio. Dê dez passos e já deve estar a esbarrar com o porteiro do Souk. É um micro--clube com uma pista na cave e ambiente underground a condizer. Fecha às quatro da manhã e o andamento está sempre em alta. Quando sair, e para acabar a noite em beleza, aproveite para ver a cidade ao luar no Miradouro de Santa Catarina. Ainda se pergunta o que é que a Bica tem?