A minha Bica

Um olhar de quem aqui nasceu...

sexta-feira, abril 16, 2010

Iniciativa

Estou a desenvolver uma iniciativa (ainda não passa de um projecto em papel) no bairro que vai incluir jogos tradicionais, "feira da ladra" e até.... corrida de carros de madeira. Para isso, preciso da ajuda de todos, seja com ideias originais ou mesmo até no apoio ao projecto.
Comentem este post e dêem-me a vossa opinião.

Marcha da Bica 2010

Esta semana arrancou a marcha para 2010 e são muitas as caras novas para um ano que se prevê... florido. Por enquanto ainda nao tenho muito a dizer sobre este assunto, mas em breve darei novidades. Para os mais esquecidos e que se queiram inscrever ainda, as vagas são muito poucas, se ainda as houver.

terça-feira, março 16, 2010

Dava tudo por um beijo...

... mas só quando a Soraia Chaves mudar a cor do cabelo.



Vejam o vídeo que parte do filme foi rodado aqui no largo de Sto Antoninho.

sábado, janeiro 16, 2010

Espelho da bica


A Carris junta-se aos criadores contemporâneos. Os quatro elevadores da cidade - Bica, Santa Justa, Lavra e Glória - recebem, respectivamente, intervenções de Alexandre Farto, Susana Mendes Silva, Vasco Araújo e Susana Anágua. Até 30 de Junho. Agora ao utilizar os elevadores e ascensores da cidade de Lisboa, os passageiros vão poder ver mais. Se passarem pela Bica vêem a própria calçada íngreme reflectida no ascensor - Alexandre Farto (n.1987, Lisboa) revestiu toda a superfície normalmente amarela de uma película "espelho" ("Espectro" é o título da obra). Ao subir o conhecido Elevador de Santa Justa podemos ler nas janelas o convite à interacção de Susana Mendes Silva (n.1972, Lisboa) - traduzido em muitas línguas para que todos os turistas possam participar também na recolha de imagens e experiências (num blog criado pela autora).

No ascensor da Glória a experiência é exterior. Susana Anágua (n.1976, Torres Vedras) colocou lentes no topo da calçada que reforçam o exercício mecânico da troca de forças entre os dois ascensores. Vasco Araújo (n.1975, Lisboa) criou um local de reflexão - placas verdes de borracha com frases estão colocadas pelos bancos do ascensor do Lavra. Os passageiros podem sentar-se em cima da obra mas também, e principalmente, ler e reflectir acerca do tema da viagem nas diversas citações, escritas pelo próprio artista mas também por autores como Cesare Pavese, Fernando Pessoa ou Samuel Beckett.

PS: Apesar de muitas criticas, eu pessoalmente adorei.

terça-feira, agosto 18, 2009

O país que temos

Juiz liberta quatro traficantes

"Numa operação destinada a aumentar o sentimento de segurança num dos bairros mais procurados pelos turistas que no Verão visitam Lisboa, a PSP deteve, na última sexta-feira, nove pessoas no bairro da Bica, próximo do Bairro Alto.

Entre os detidos estão quatro pessoas pelo crime de tráfico de droga. Apanhados a vender na rua, o grupo era chefiado por um homem, de 41 anos, e contava com mais três elementos, de 31, 29 e 23 anos.

Depois das detenções, a PSP realizou buscas em casa dos suspeitos, onde foram descobertas 400 doses de haxixe, 500 euros em dinheiro e quatro armas proibidas – armas brancas e um bastão extensível. Apesar da prova, foram libertados após ouvidos no Tribunal de Instrução Criminal."

In Correio da Manhã.


Já nem vale a pena dizer nada.... para limpar aquela rua só mesmo com justiça popular.

O blog já aparece nos jornais


Noticia do Jornal "i"

A Bica é o único bairro lisboeta que tem hora certa de nascimento: 11 da noite de 22 de Julho de 1597. Não, leitor, não é a data da construção da primeira casa, é o momento em que um tremor de terra provocou uma enorme derrocada de terras do lado das Chagas, que deu origem a uma parte do "vale" onde surgiu depois o bairro. A 13 de Fevereiro de 1621, 24 anos depois, outro tremor de terra provocou o desmoronamento do monte do lado de Santa Catarina e a Bica ganhou a configuração actual.
Quando se fala de terramoto em Lisboa, todos pensam imediatamente no de 1755, mas a verdade é que houve outros, nomeadamente em 1504, 1512, 1551, 1575, 1597 e 1598, de que há relatos coevos de algum detalhe, especialmente de Garcia de Resende e de Pero Ruiz Soares.
Morreu gente e foram destruídas muitas casas e a verdade é que durante muitos e muitos anos nenhum negociante abastado ou dono de brasão e sangue azul ali quis construir residência.

Lá se fixaram gentes vindas da província atraídas pelos rendimentos das profissões ligadas ao mar.
Os actuais habitantes são, em inúmeros casos, os descendentes desses artífices, marinheiros, calafates, pescadores, estivadores e varinas, e muitos ainda habitam nas casas que foram dos seus tetravós.
A Bica agora está na moda para se ir beber um copo e ouvir música. Vá ao roteiro publicado no blogue http://minha-bica.blogspot.com/ e ficará a saber tudo. Para se deliciar com algumas fotos encantadoras, pesquise na net "Sílvia Antunes".

boas....

.. estou de volta. Desculpem a minha ausência, mas isto nem tem dado para respirar.

sábado, julho 25, 2009

Para mais tarde recordar...

em breve irei colocar várias fotos relativas à marcha deste ano, para já fica só um pequeno video com o desfile da avenida.

quarta-feira, julho 22, 2009

Parabéns a você....


412

Hoje a Bica faz anos.... 412, para ser mais preciso. Logo à noite toca de beber um copo em homenagem ao nosso belo bairro.

sexta-feira, abril 17, 2009

Aviso à navegação

Queria pedir aos leitores para não enviarem mensagens ou comentários sobre a marcha da Bica deste ano porque só irei falar dela a partir do dia 13 de Junho. Apenas deixo a informação que a exibição no Pav. Atlântico será dia 7 de Junho e a avenida será no dia 12.

sábado, abril 11, 2009

Na escada

Encontrei este vídeo por acaso numa das minhas consultas pelo Youtube... nunca pensei que ao vê-lo me fosse causar tantas emoções.

Um ano depois de partires, continuas bem vivo nos nossos corações... Tãnia, este post é para ti.



Um muito Obrigado aos autores...

Rivalidades

Sexta-feira, 23:40... subo de carro a Calçada do Combro e não resisto: "a Bica é linda!!" grito eu bem alto para algum pessoal do Bairro Alto, acabadinho de sair de mais um ensaio da sua marcha. Não durou 1 segundo sequer até eu receber logo em troca um "Vai pó ca&%#!$". Mas antes de continuar com esta história, tenho que esclarecer já que esta situação passou-se com pessoas da qual eu estimo muito e tanto eu como elas sabemos que é tudo na brincadeira... temos confiança para isso. Só para nao criar mal entendidos...Adiante.

Seguindo viagem, começo a pensar nesta rivalidade entre o Bairro alto e a Bica. Uma rivalidade que tem vindo a ficar cada vez mais acesa nos últimos anos com trocas de marchantes dum bairro para o outro, e que na minha opinião atingiu o seu auge no ano passado com algumas situações desagradáveis (50/50 de culpa para cada bairro). Em primeiro lugar, não sou nada contra as rivalidades entre bairros mas sou apologista de uma rivalidade saudável, aquela em que quando nos encontramos trocamos as tipicas "bocas" bairristas mas no fim ficamo-nos todos a rir em conjunto e não um dos outros. Espero que este ano as relações melhorem, porque a marcha dura 3 meses por ano mas as amizades não têm calendário definido e não vale a pena estragá-las. De qualquer maneira, tenho de mandar uma "facadinha" (amigável) ao pessoal da antiga Vila Nova dos Andrades, conhecida hoje em dia como Bairro Alto: Estiveram muito bem o ano passado e dou-vos os parabéns, mas chegou a altura da Rainha voltar ao trono. Este ano é nosso!!! :)

Esta rivalidade recente com o Bairro trouxe-me à memória uma mais antiga: A Madragoa. Desde muito novo que ouço dizer que o grande rival da Bica sempre foi a Madragoa. Recordo-me de ouvir as histórias antigas dos pioneses atirados para o recinto do velhinho Carlos Lopes nos desfiles deste bairro, dos nossos arcos que algumas vezes foram incendiados ou das lutas que havia entre os marchantes. O Careca se estivesse cá tinha muitas para contar... lembro-me de uma em 89 durante uma exibição no estádio da Tapadinha com a participação da Bica e da Madragoa em que os unicos adereços que sobraram foram alguns paus dos arcos, já que esses eram mais duros de partir. Foi tourada de meia noite, como se costuma dizer...
Nos ultimos anos, a situação parece que se inverteu e as relações têm sido muito boas. Mesmo assim, nao se livram de ficar atrás de nós este ano...

Um bem haja a todas as marchas e apesar das "guerras" espero que o dia 12 seja um dia de alegria para todos.

quinta-feira, abril 02, 2009

O Fado do Vai-Tu



Uma das minhas paragens obrigatórias é a noite de Fados no Vai-Tu. Todo o Santo domingo lá estou eu, seja para um jantarzinho ou até para beber um copo e ouvir as vozes de gente que traz o Fado dentro de si. Mas quanto ao cantar já lá vamos...
A primeira coisa que me cativa é o ambiente criado na colectividade, típico de qualquer casa antiga de fado. As mesas com toalhas ao xadrez, as louças de barro com os pasteis de bacalhau e a sangria, as velas acesas a contrastarem com a luz vermelha do cantinho dos fadistas, as conversas entre os mestres da canção e os aprendizes ou até as calinadas de um cliente com um copinho a mais transportam-me para um outro lugar no tempo, um lugar qualquer no meio de uma "Canção de Lisboa" ou de um "Páteo das Cantigas", 2 grandes filmes dos anos 30 e 40.
Nas noites em que a fome aperta ou o tempo é mais folgado, gosto de me sentar perto das guitarras e gozar de um belo jantar. Sempre bem atendido pela minha comadre a escolha do prato é rápida, prato do dia ou um belo bacalhau assado acompanhado de um jarrinho de sangria. Para terminar, uma tigela de arroz doce já famoso na casa tal é a velocidade com que este se esgota.
Por volta das 21 horas, as luzes começam a baixar... A D. Amélia, fadista da "velha guarda" e anfitriã da noite dá as boas vindas a todos e começa da melhor maneira com um dos seus fados. Em seguida vai anunciando os artistas da noite de fados, cujo cartaz inclui velhos e novos fadistas, nunca faltando porém um ou outro estreante corajoso disposto a mostrar os seus dotes vocais.
E com momentos de boa disposiçao entre amigos e outros de calma quando o Fado invade os nossos ouvidos, o fim da noite chega e esperamos pela semana seguinte. Aconselho vivamente a todos os que queiram lá ir...

Inscrições para a Marcha da Bica 2009


Pra quem ainda nao sabe, as inscrições para a Marcha da Bica 2009 já se encontram abertas até aos dia 13 de Abril e poderão ser feitas localmente no Marítimo Lisboa Clube ou enviando uma msg para a página do Hi5 da marcha (http://marchadabica.hi5.com).

Os ensaios irão começar a 13 de Abril na sede do Maritimo Lisboa Clube.


As velas estão prestes a ser içadas.... Despachem-se.

Troca de contactos

Como ultimamente tenho recebido vários comentários de pessoas que já viveram no bairro e estes encontram-se espalhados pelos vários Post's existentes, mais vale começarem a colocá-los num só. Não se esqueçam de colocar o vosso nome no comentário para melhor identificação... e agora, toca a comentar!!!

terça-feira, março 31, 2009

Reportagem IOL

Mais uma boa reportagem sobre o Elevador da Bica, desta feita pela IOL.

sábado, setembro 06, 2008

Loucura...

Há várias formas de mostrar o Amor ao bairro... a minha última foi esta.

PS: Mana, esta já ninguém nos tira...

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terça-feira, agosto 12, 2008

Bica de copos

Já tinha pensado em escrever qualquer coisa relacionada com a vida nocturna no bairro, mas ao encontrar este artigo da revista Timeout (esta revista é fantástica) que nos mostra como podemos passar uma boa noite de diversão e copos, achei que não valia pena fazê-lo...

O que é que a Bica tem?

E de repente... beber um copo na Bica passou a ser um ‘must do’ da nossa noite. António Marreiros foi perceber porquê.



Chamam-lhe Bica, mas na verdade chama-se Rua da Bica. Aliás, Rua da Bica Duarte Belo. Bica porque era uma zona de água com bicas e chafarizes; Duarte Belo porque havia ali um proprietário com esse nome... no século XVI.

Desde o início do milénio que os chafarizes são outros e a zona tem vindo a coleccionar novos – e interessantes – bares. E, sobretudo, a atrair uma infinidade de artistas e executivos, trintões e quarentões, cocktail addicts e fãs das sonoridades de vanguarda.

Com a Calçada do Combro a servir de fronteira com o vizinho Bairro Alto e o centenário ascensor como referência do bairro a que dá o nome, a Rua da Bica é actualmente umas das referências da noite alfacinha. Fazemos-lhe o percurso.

Imagine-se no cimo da rua. Comece a descer. Se chegar depois das nove pode usar o trilho do eléctrico sem correr nenhum risco (a menos que use saltos altos) porque este apenas funciona das sete da manhã às nove da noite (viagens a cada dez minutos e a 1,35€). Os bares começam logo à esquerda.

Se estiver com muita sede pode logo entrar no Bicabaixo e pedir a primeira imperial da noite. Caso tenha forças para aguentar mais vinte metros a descer a colina, a próxima estação também fica à sua esquerda. Chama-se Funicular. Abriu em 2006 e é culpado por atrair muitos actores. A razão: todos os empregados se dedicam à arte de representar (DJs incluídos).

É perfeitamente natural agarrar na sua bebida e sentar-se na calçada junto à porta, mas é mais comum se ficar de pé. Quando sentir que chegou a altura de continuar, só precisa de descer dez metros. Acabou de alargar o seu leque de escolha. Tem o Bicaense à esquerda, Baliza e Bica-me à direita.

O primeiro já foi restaurante mas na passagem do milénio passou a abrir as duas salas como bar e pista de dança. É responsável pela criação de noites temáticas como as Jazz Sessions ou Afro Blue e por dar a conhecer DJs virtuosos como Johnny (Cooltrain Crew) ou Lucky.

Nos bares da frente tanto poderá beber um cocktail (Baliza) como comer umas tapas ou uma tosta (Bica-me). Se bem que tostas é coisa que não falta em nenhum dos bares da Bica. A atenção dada ao conforto do estômago é tanta que até há um brasileiro a vender hambúrgueres cuidadosamente embalados em papel aderente. São vegetarianos. Mas àquela hora sabem a pato.

Quando os ponteiros do relógio baterem nas duas da manhã e ainda estiver em algum destes bares prepare-se para ser expulso. Todos fecham a porta a essa hora, religiosamente. Mas não desespere. Desça um pouco mais até à Travessa da Laranjeira. Vire à direita e suba até encontrar o Pai Tirano à sua esquerda. Este bar é decorado com motivos de cinema. Está aberto até às quatro da manhã e tem mais mesas que os outros (e uma grande oferta de tostas). Mas não há pista de dança.

Se a sua ideia for mexer freneticamente as pernas também há uma solução a dez metros. Saia do bar, continue a subir as escadas até chegar à Rua Marechal Saldanha (deve demorar 30 segundos). Vire então à esquerda e continue pelo passeio. Dê dez passos e já deve estar a esbarrar com o porteiro do Souk. É um micro--clube com uma pista na cave e ambiente underground a condizer. Fecha às quatro da manhã e o andamento está sempre em alta. Quando sair, e para acabar a noite em beleza, aproveite para ver a cidade ao luar no Miradouro de Santa Catarina. Ainda se pergunta o que é que a Bica tem?

Concurso de Fado

Retirado do site da GEBALIS:

"O Fado dos Bairros" é um concurso que visa premiar os talentos do fado dos nossos bairros, nas categorias masculino, feminino e juvenil e tem como principal objectivo promover a participação activa das colectividades e associações que em parceria com a GEBALIS se unem em torno de um valor cultural e artístico basilar para a cidade de Lisboa, o fado...

A grande final terá lugar no dia 2 de Novembro, a partir das 15 horas, no Cinema Sº Jorge, num espectáculo que reunirá todos os participantes a concurso e onde se elegerá o 1º, 2º e 3º lugares para cada categoria.

1ª Fase- Inscrições- até 31 de Julho
2ª Fase- Audições- até 1 de Outubro
3ª Fase- Final- 2 de Novembro, Cinema de S. Jorge

As inscrições deverão ser efectuadas junto das colectividades dos bairros, a que os candidatos pertencem, Gabinetes de Bairro da GEBALIS, EM, ou enviadas por correio para:
GEBALIS, EM
A/c Gabinete de Comunicação e Relações Públicas
Rua Costa Malheiro, Lote B12
1800 – 412 Lisboa
Para mais informações, contacte:
Tel. 217511000 ou comunicacao@gebalis.pt

Quem andou o ano todo a treinar no Vai-Tu, esta é uma boa oportunidade...

segunda-feira, agosto 04, 2008

Belos tempos

Hoje estou para coisas antigas... é um bom complemento para quem der uma vista de olhos nas fotos de baixo.

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Antigamente...

Após alguma pesquisa pelo Arquivo Fotográfico Municipal, encontrei uma série de fotografias bem interessantes sobre ruas, gentes ou acontecimentos no bairro, fotos estas já bastante antigas e em que algumas delas nos mostram locais que, com o passar dos anos, sofreram alterações radicais... e outras que o Presente ainda perserva. Dêem uma vista de olhos e tenho a certeza que algumas vão deixar dúvidas...
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(Clique nas imagens para ampliar)


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quinta-feira, julho 31, 2008

A Bica são 3 Aldeias

Parte I - A Bica de Cima



Só recentemente terminei a leitura de um estudo da antropóloga Graça Dias Cordeiro chamado "Um Lugar na Cidade: Quotidiano, Memória e Representação no Bairro da Bica", que foi publicado pela Editora D. Quixote. Apesar de ter sido publicado em 1997 este estudo mostra uma visão bastante actual do bairro, assim como relata um pouco da sua história e episódios que eu desconhecia. Entre histórias bastante interessantes, uma das coisas que a autora conseguiu identificar em pleno foi a divisão da Bica em 3 partes, nomeadamente a Bica de Cima, a Bica de baixo e a Bica do lado de lá do Elevador. Isto para quem vem de fora não é muito perceptível, mas para quem mora no Bairro, e por mais que tenha amizades espalhadas por este, sabe que ele é dividido assim.

As três partes do Bairro dividem-se de acordo com as 3 colectividades existentes. O Vai-Tu (Bica de cima), o Marítimo (Bica de baixo) e o Zip-Zip (Bica do lado de lá do elevador) formam uma espécie de núcleo de cada parte e cada um deles alberga as suas próprias gentes, gentes essas que seja pela localização das suas casas ou pela identificação que têm pelos respectivos clubes, vão ganhando raízes e criando pequenas rivalidades com as pessoas dos outros núcleos, o que faz com que a Bica pareça uma pequena povoação dividida em 3 aldeias...

Em relação à minha pessoa, sempre me dei bem em qualquer uma das "aldeias", apesar de na bica do lado de lá do elevador (ou no lado do Zip) por vezes me sentir quase como um turista. São coisas que já vêem de criança, e tendo eu vivido na Bica de cima desde que nasci, e ter sido também criado na de Baixo com os meus avós, não consigo ganhar muita identificação com o lado sudoeste da Bica. Ainda me lembro dos "duelos" que fazíamos em pequenos com o pessoal do Zip para ver quem era o grupo que "dominava" o bairro, quase sempre de uma maneira saudável (tirando a altura do Carnaval que era sempre mais complicada).

Nunca consegui perceber até hoje de que parte da Bica sou... acho que sempre me dividi entre a de cima e a de baixo em algumas fases da minha vida. Ainda hoje isso por vezes pode acontecer, mas em criança as coisas são sempre mais radicais... não há meios-termos. Por isso em criança tinha na consciência que pertencia ao grupo da Bica de cima...

De tantos amigos que tinha e alguns que ainda continuam a ser recordo-me do Piranha, do Hugo da Celeste, do João "Gordo" e o David, o Sérgio e do Nuno "GNR", entre outros.. Cada um com o seu feitio, mas quando a gente se juntava todos o "arraial" estava logo montado, fosse nas andanças pelo bairro em busca de novas aventuras, nos namoricos com as miúdas ou mesmo até nas partidas de futebol que organizávamos... e estas eram tão intensas e disputadas que por vezes até os rapazes mais velhos que costumavam parar na esquina, como o Zé Paulo, o Sapo ou o Espanhol, se juntavam a nós a maior parte das vezes só para mostrarem que a idade era um posto... por vezes o tiro saía-lhes pela culatra.

Passei tanta coisa com este grupo que hoje em dia se pudesse escolher a infância que quisesse, e apesar das dificuldades económicas que se viviam naquela altura, escolhia exactamente a mesma que tive. Uma infância simples, sem DVD's, Playstation's, internet's, etc.. os nossos dias, principalmente no Verão, resumiam-se a ver os desenhos animados que passavam nos 2 canais de Tv e passar o resto do tempo a brincar uns com os outros pelas ruas do bairro... as corridas de carros de rolamentos na linha do elevador (que tantas mazelas causava), os futebois, as escondidas, ou até os filmes ainda de fita que o Vai-Tu passava aos fins de semana para miúdos e graúdos... havia sempre alguma coisa para fazer, muitas vezes até horas tardias e quando chegávamos a casa pagávamos quase sempre o preço de mais um remate à baliza ou de mais uma descida com uma tábua de sabão com umas valentes palmadas... não fazia mal, doía um bocado mas no dia seguinte fazia-se tudo de novo.

Em breve publico a Parte II..


sexta-feira, julho 25, 2008

Estranho? Não, é só 1 dia na Bica....

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quarta-feira, julho 23, 2008

Depois de mais uma pausa...

... achei que estava na altura de "voltar à carga".
Foram vários os factores que, em algumas ocasiões, me levaram a pensar se não seria melhor parar de escrever este blog. A começar na acumulação de mais um emprego (já que isto anda cada vez pior), e passando por algumas desilusões relacionadas com pessoas e grupos que aos poucos vou-me deixando de identificar...
Apesar de ter chegado já de madrugada de um trabalho e ter saído ainda não era de dia para outro é nestas alturas, quando a Bica dorme, que eu mais gosto de andar pelo Bairro. O silêncio que invade estas ruas neste pequeno intervalo de tempo funciona como uma espécie de calmante, que me relaxa e me faz esquecer alguns aspectos menos positivos que vejo durante o dia. É a Bica que não avançou no Tempo, a Bica "Intemporal" que me mostra sempre um pouco da sua história cada vez que passeio por ela, seja ao descobrir uma pequena janela escondida ou relembrar pessoas que já lá viveram quando passo pelas suas portas. É o Bairro no seu estado mais puro, aquele que por momentos me faz sentir pequeno mas ao mesmo tempo como se fosse só meu...
Todos estes pensamentos me fazem vontade de deitar cá pra fora tudo o que absorvi. E no fundo, este blog serve para isso mesmo... mesmo sabendo que é lido por muito pouca gente, preciso de registar estas pequenas memórias antes que o Tempo as trate de ir apagando...


PS: A foto nao foi tirada por mim mas sim pela fotógrafa Ana Marques, e por estar tão excelente nao pude deixar de a colocar... podem encontrar esta e outras da Autora em http://olhares.aeiou.pt/galeriasprivadas/browse.php?user_id=24740

domingo, junho 15, 2008

A Marcha na Avenida

sexta-feira, junho 13, 2008

Fica Pró ano....

... se tudo for diferente.

quarta-feira, março 12, 2008

Inscrição para a Marcha da Bica 2008

Já estão abertas as inscrições para a Marcha da Bica 2008, que poderão ser feitas na sede do Marítimo Lisboa clube. Quem quiser mais informaçoes, pode enviar um comentário para este tópico.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

A "special one" no Carnaval...


... arrasou.

Carnaval

Num evento organizado pela Camara de Lx, várias juntas da freguesia da capital juntaram-se para um desfile de Carnaval que se realizou entre o largo dos Restauradores e a Praça do Comércio. A freguesia de São Paulo estava bem representada com a participação das 3 colectividades do Bairro da Bica, nomeadamente o Marítimo Lisboa Clube, o Grupo Excursionista Vai-Tu e o Zip-Zip.Na minha opinião, o evento superou as minhas expectativas. Entre miúdos e graúdos, foi bastante divertido o desfile sempre com muita animação, música e folia. Para o ano há mais....


sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Contrastes

Dia...

...e noite

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Recordando gentes do bairro - O Careca da Bica

Estava eu numa destas noites à janela a matar um dos meus vícios, quando uma conversa de um pequeno grupo que se encontrava debaixo de mim me desperta a atenção. Entre os poucos que lá estavam, um casal que já tinha saído do bairro à uns anos puxava nomes e histórias de gentes do bairro. “Então e o Careca? Este bairro nunca mais foi o mesmo sem ele..” dizia o senhor com saudosismo. Foi aí que me abstraí da conversa para me vir à memória uma parte da minha infãncia…
Realmente, a Bica nunca mais foi a mesma. O Manuel "Careca" Ferrão era um simbolo do bairro e respeitado por todos de fora, inclusivé das pessoas da chamada Lisboa “Antiga”. A sua alcunha vem dos tempos em que as rivalidades entre o bairro da Madragoa e o bairro da Bica não eram tão saudáveis como nos dias de hoje. Conta a história, que numa dessas noites de Santos Populares numa rixa entre as duas marchas alguém partiu a cabeça ao Manel, tendo ele de rapar o cabelo para então ser cozido. E desde essa altura que passou a ser conhecido por todos como o Careca da Bica.
Quando o conheci, o Careca ja tinha as marcas de uma vida longa mas a sua alegria e força de viver era contagiante para todos, até para os mais miúdos como eu na altura. De tantas recordações que tenho do Careca, a que mais me marca era das alturas que nós jogávamos à bola no meio da rua e lá aparecia ele, muitas vezes a vir do trabalho com horas a mais, mas que antes de ir para sua casa parava sempre no meio da miudagem para se juntar a uma das equipas e jogar também. Nesses 10 ou 15 minutos de jogo, o Careca parecia um de nós, uma criança em tamanho grande. E que grandes jogatanas que nós fazíamos....
Uns anos mais tarde, quando comecei a participar nas marchas de Lisboa, percebi o peso que o Careca tinha no nosso bairro. Sendo o marchante mais antigo no conjunto de todas as marchas, não havia ninguém quem não o conhecesse… havia sempre alguém que lá ia cumprimentá-lo ou mandar uma boca qualquer, sempre num espirito de convivio. O Careca desceu a avenida dezenas de vezes… quase até ao fim da sua vida.
Tenho a certeza que o Careca continua lá em cima a fazer das suas, e que já encontrou um lugar parecido como este bairro onde viveu quando estava connosco. Afinal, são os dois o paraíso…
A sua partida deixou a Bica mais pobre. Ainda hoje, em muitas conversas de café ele é lembrado. Com o passar nos anos e de gerações, a história do Careca irá desaparecendo... mas quem o conheceu, certamente nunca mais o esquecerá.

Este ano vai "marchar" tudo na linha...

... porque temos cão de guarda.

PS: Sorry Hilda, mas tinha de te roubar esta.. está 5 estrelas.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Uma Viagem no ascensor...

sábado, agosto 04, 2007

Humor

Mas porque é que os Gato são chamados a este Blog?
Só quem não conhece a Isabel é que não sabe a resposta...

quinta-feira, maio 31, 2007

The Special one

Por ser sangue do meu sangue, esta foto é especial... E como diz a letra da música deste ano:

Olha "a miúda" que a Bica tem...


É Linda!!! Sai à familia... Te Amo Di!